Sem diálogo, não haverá paz
O mundo chora
agora as vítimas de mais um atentado terrorista, cruel e insano. Paris,
capital da França, voltou a ser alvo da ira de extremistas islâmicos,
que retaliaram os bombardeios que diariamente recebem de tropas
francesas nos territórios ocupados pelo Estado Islâmico - EI na Síria e
no Iraque.
Em pronunciamento, o presidente francês François Hollande afirmou que a resposta será "implacável".
Porém, não se põe fim às guerras com outras guerras.
Infelizmente,
desde que se enfatizou culturalmente a divisão - antes apenas geográfica
- de Ocidente e Oriente, as guerras e o ódio entre nações e etnias só
aumentaram. Mas não se enganem: por trás disso tudo, há muitos
interesses econômicos.
Os Estados
Unidos da América - EUA, que detêm o maior poder bélico-militar do
planeta, são, certamente, os maiores responsáveis por tudo de desgraça
que ocorre no mundo, afinal, são eles que mais lucram com a venda de
armamentos para um dos lados - ou para os dois lados - de guerras e mais
guerras que, direta ou indiretamente, financiam.
Há rumores de
que o Estado Islâmico - EI, que atualmente aterroriza o Iraque, a Síria e
outras nações do Oriente Médio e pretende criar um califado, teriam
sido financiados inicialmente pelos Estados Unidos da América.
Se isso é
verdade ou não, certeza mesmo é que o referido grupo extremista usa em
seu exército parte do armamento de origem norte-americana que ele (o EI)
tomou do Exército iraquiano depois que as tropas dos Estados Unidos
deixaram o Iraque.
A História
mostra que, nos muitos conflitos ocorridos em países do Oriente Médio,
há sempre o dedo forte do Tio Sam. Osama Bin Laden, por exemplo, teria
sido treinado pela CIA (agência de inteligência dos EUA) para combater
os iranianos. Apontado como morto, seu corpo nunca foi encontrado, nem
mostrado.
Quando foi do
interesse dos Estados Unidos da América, Saddam Hussein recebeu deles o
apoio para se implantar no poder do Iraque, também para combater o
vizinho dele, o Irã, que até hoje não se curvou aos Estados Unidos da
América.
Para invadir o
Afeganistão e o Iraque e se apropriar de suas riquezas, além de aumentar
os lucros de sua poderosa indústria bélica, os Estados Unidos da
América precisavam de uma justificativa forte. Os atentados de 11 de
setembro lhe serviram ao propósito.
Também
questionável quanto à sua autoria, o "11 de setembro" serviu para que os
ianques tomassem o Afeganistão do grupo Taliban para o entregar a um
governo de sua confiança, como também para uma invasão ao Iraque, até a
derrubada do antigo aliado Saddam Hussein. No Afeganistão, um oleoduto
era objetivo econômico estratégico para os EUA. No Iraque, o petróleo
era o alvo principal, e não o governo de Saddam Hussein.
Preconceituosos,
os norte-americanos detestam latino-americanos, negros e muçulmanos. Na
ponta inversa, apoiam os israelitas no seus ataques aos árabes da
Palestina, que ainda busca se afirmar com Estado soberano perante a
Organização das Nações Unidas - ONU, entidade que mais parece uma
extensão dos Estados Unidos da América.
Muito por causa
dos Estados Unidos da América, o Ocidente como um todo passou a ser
odiado por nações do Oriente e, de modo especial, por extremistas do
Oriente Médio.
Assome-se a
isso o tratamento desumano que vem sendo dado pela imensa maioria dos
Países da União Européia - UE aos imigrantes que fogem das guerras, da
miséria e da fome. Chegados à Europa, são tratados como animais, sem
esquecer os que morrem pelo caminho em travessias clandestinas e
arriscadas.
Cumprindo
tarefa dos Estados Unidos da América, a França combate diariamente o
Estado Islâmico, de propósitos igualmente nada louváveis.
E foi nesse
contexto que a França novamente se viu alvo de extremistas orientais,
que já haviam invadido a redação de uma revista francesa que brincava de
zombar a fé dos muçulmanos, cristãos e outros adeptos religiosos, como
se isso não fosse grave.
O que ocorreu
mais recentemente em Paris é lamentável, grave e merece repúdio. Mas não
se resolverá com outra guerra. Do contrário, a situação só se agravará.
O Messiense
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